terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Esporte Clube Franciscano


HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

Dona Francisca esta situada entre a serra de São Martinho e as várzeas do Rio Jacuí, situação privilegiada que lhe confere características ambientais únicas. Admirar a cidade, do outro lado do rio, principalmente ao entardecer, é fruir de um quadro vivo em que as luzes do acaso vão colorindo sua paisagem recortada pelo verde profundo das matas nas encostas do Morro Santo Antônio.

O imponente Morro Santo Antônio, com 382,5 metros de altura, é beleza natural de destaque do município de Dona Francisca, onde em seu cume pode-se visualizar uma cruz. Atualmente a cruz é de metal medindo 12 metros de altura e 6,5 metros de largura na qual pode ser visualizada a distância, principalmente a noite devido a iluminação existente.

A primeira cruz colocada no local, data de 22 de novembro de 1959, por pessoas da comunidade lideradas pelo padre Luizinho Vendrusculo, com o objetivo de proteger o Município.

Na oportunidade foi recebido um telegrama do Papa João XXIII, concedendo a Paróquia de Dona Francisca uma Bênção Apostólica. A segunda cruz foi colocada em 1985 por um grupo de jovens franciscanos liderados por Alexandre Cassol Rampelotto, após a primeira ter pegado fogo. Depois dessa, a Prefeitura Municipal, no ano de 1995, colocou a cruz de metal acima descrita.

Dona Francisca é a terra do primeiro coroinha beatificado do mundo, Adílio Daronch, que juntamente com o padre Manuel Gómez González foram martirizados porque defendiam a harmonia e concórdia entre maragatos e chimangos e defendiam as causas da fé, denunciando tudo o que instigava a guerra e discórdia entre as pessoas.

O município já recebeu o título de Capital Nacional da Produtividade de Arroz. Na segunda quinzena de julho é celebrada a mais tradicional festa de município da região, a “Semana de Dona Francisca”, a qual acontece durante 10 dias de festividades que são realizadas em todas as comunidades do município.

Também nessa semana, ocorre o tradicional baile no qual são escolhidas as soberanas do município. No último fim de semana das festividades ocorre a tradicional "Motocross", quando reúne na cidade milhares de visitantes, bem como a Feira Agro-Industrial.



Estádio Municipal Colosso do Jacui, em Dona Francisca. (Foto: Prefeitura Municipal de Dona Francisca)

2017. O jornalista Jonas autor do livro-reportagem sobre o Esporte Clube Franciscano, de Dona Francisca. O material foi baseado em relatos de pessoas ligadas à história do clube, por meio de entrevistas.

O livro, que tem o título "Franciscanos, uma história de amadores" foi lançado em maio deste ano, durante a Feira do Livro, de Santa Maria. O prefácio foi escrito por Ana Lucia Cheloti Prochnow e ilustrações e projeto gráfico de Estevan Garcia Poll.

Jonas Migotto Filho é natural de Dona Francisca e jornalista graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Foi apresentador do programa “Chá da Tarde” na Rádio Franciscana FM, onde também atuou em jornadas esportivas de campeonatos amadores de futebol e futsal.

Participou do projeto “Radar Esportivo”, na Rádio Universidade, e cobriu os jogos da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho pela Rádio Medianeira, de Santa Maria. Também foi repórter e âncora da TV Santa Maria.

O livro custa R$ 48.00 e pode ser adquirido no seguinte endereço eletrônico: literaturadaboca@gmail.com

2015. Sem identificação. (Foto: Clubes do RS)


2014. O selecionado de Dona Francisca foi campeão do tradicional "Torneio Interseleções de Futebol Veterano", relizado no "Estádio Colosso do Jacuí". 

A competição contou com a participação de sete selecionados da região: Agudo, Dona Francisca, Restinga Seca, Faxinal do Soturno, Ivorá, São João do Polêsine e Nova Palma.


2013. No dia 23 de novembro o Esporte Clube Franciscano comemorou 80 anos de existência.  Na ocasião o Clube realizou um almoço que reuniu ex-jogadores, torcedores, diretoria e a equipe daquele ano. Esteve presente na confraternização, o prefeito da cidade, na época, Saul Dal Forno Reck, que parabenizou o clube e falou da alegria de poder fazer parte da história do time.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Futebol de Arroio Grande-RS



O livro “O Clássico - Uma História de Paixão”, de autoria de Pedro Jaime Bittencourt Júnior, conta a trajetória do Esporte Clube Arroio Grande e do Grêmio Esportivo Internacional, tradicionais clubes de Arroio Grande (RS).

Contendo cerca de 400 páginas e mais de 100 fotografias, o livro - que tem prefácio do consagrado escritor Aldyr Schlee - é uma publicação da Secretaria de Cultura do Município, dentro de um projeto de resgate da memória histórica de Arroio Grande. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


2014. (Foto: Acervo fotográfico do G.E. Internacional)

2002. Em pé: Charuto – Dagoberto – Marlon – Amaral – Inácio – Chalita – Batata – Didi – Gralha - Fábio Lima e Cristiano. Agachados: Júnior – Pablo – Serginho – Alex – Cocão – Cacá - Fumaça e Tuco-tuco. (Foto: Acervo fotográfico do G.E. Internacional)

1995. Segundona Gaúcha. Grêmio Esportivo Internacional 1 X 1 Sport Club São Paulo, de Rio Grande. Em pé: Gustavo – Sandro – Aires – Mingau – Cristiano e Dagoberto. Agachados: Cocão – Batata – Herris – Cabrito - Fabio e Junior. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

1994. Em pé: doutor Ivan – Di – Moacir – Sandro – Aires – Junior - Bira e Daguinho. Agachados: Batata – Alex – Cacaio - Herris e Rivelino. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional - Gentilmente cedidas pelo ex goleiro Moacir)

1994. Em pé: Moacir – Sandro – Aires – Andreo - Bira e Daguinho.
Agachados: André – Cacaio – Batata - Herris e Alex. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional - Gentilmente cedidas pelo ex goleiro Moacir)

1Estreia no profissionalismo em 1993. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)


Início dos anos 1990. Em pé: Virissimo – Baiano – Gralha – Herculano – Aires – Pateta - Paulo Roberto – Zilnei – Davi –Jonas e Careca (treinador). Agachados: Betinho – Cleiton – Ivan – Herris – Dunga – Cacá – Batata e Alcindo (massagista) (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

Aires Roberto, força e dedicação a serviço do G.E. Internacional. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

Cabrito - força e velocidade pela ponta-direita - o grande responsável pelo maior título da história do E. C. Arroio Grande: tricampeão estadual amador, em Sobradinho, 1991. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


1983. Em pé: Alcindo – Nico – Birão – Jesus – Aires – Vinhas – Pelé e Arizinho. Agachados: Rapadura – Chichita – Altemir - Cezinha e Veiga. (Foto: Acervo fotográfico do G.E. Internacional)


1981.


Anos 1980. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

Os irmãos Nuñez: Betinho, garra e força pela lateral esquerda e Cacaio, atacante clássico, o maior goleador da história moderna dos Clássicos. Ambos do E.C. Arroio Grande. Antes de Cacaio somente Ari e Martim marcaram tantos gols. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

O jogador "Marrequinho", que defendia o E.C. Arroio Grande talvez tenha sido o melhor da história do clube. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

Paulo Fernando - o "Caminhão", símbolo da raça, que defendeu os três Clubes de futebol da cidade (Arroio Grande, Internacional e Liverpool). (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Time Juvenil do G.E. Internacional, década de 1970. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

Time Juvenil do G.E. Internacional, década de 1970. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

1970. Na foto destacado em círculo o eterno escudeiro do Felipão - Mortoza. Em pé: Pegada – Nenê – Dante – Neneca - Arlem, Jair - Silveira e Sérgio Corrêa. Agachados: Mortózinha - Varzinho - Chinês - Victor Hugo e Bebeto.



Década de 1960. Em pé: Casinha – Osvaldo – Matraca – Reni – Delanir - Ruth e Oscarzinho. Agachados: Prego - Issa Costa – Casquinha - Antônio Laureiro - Joaquim Manoel Cardozo e Vinícius. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)


Time campeão estadual de 1963. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)

Arizinho, Sérgio Corrêa, Osvaldo Brito e Casquinha, comemorando o título: Grêmio Esportivo Internacional - Campeão invicto de 1961. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Time do G.E. Internacional, campeão municipal de 1961. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional) 

Uma boa resposta do G.E. Internacional aconteceu no começo dos anos de 1960, quando formou um timaço e assumiu a supremacia do futebol local, passando a ganhar inúmeros clássicos frente o E.C. Arroio Grande.

Em 1961, o Internacional se sagrou Campeão da Cidade numa final espetacular contra o Arroio Grande, 3 X 2 "de arrepiar. O Inter estava ganhando de 3 x 0 e permitiu que o Arroio Grande, que jogava pelo empate, fizesse dois gols nos últimos cinco minutos da partida. Foi o primeiro título do Internacional, abrindo o caminho para o pentacampeonato (1961-1965). (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Caturrita, grande goleiro do Internacional, de Arroio Grande. (Foto: Acervo Fotográfico do G.E. Internacional)





ÉPOCA DE OURO

O período compreendido entre o final dos anos 1950 e a primeira metade dos anos 70 consagrou a verdadeira "época de ouro" do futebol da Cidade, com destaque para a década de 60, onde ocorreu forte disputa pela hegemonia do esporte a nível local.

Incrivelmente, o Grêmio Esportivo Internacional sagrou-se pentacampeão da cidade (de 1961 a 1965) e o Esporte Clube Arroio Grande imediatamente deu o troco: igualmente pentacampeão (de 1966 a 1970).

Nas imagens abaixo, o melhor período dos Clássicos em Arroio Grande, a "época de ouro" do futebol local. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Casquinha, Macksoud, Dante, Vinicius, Nader, Virgilio e Sérgio, do G.E. Internacional. Com exceção de Macksoud, todios eram atacantes.

A troca de décadas - de 1950 para 1960 - trouxe também uma mudança na hierarquia dos grandes nomes da artilharia local. Começavam a deixar os gramados personagens consagrados como Agapito, Mandinho, Ari e Martim (todos do E. C. Arroio Grande - foto acima), para entrar em cena novos nomes que acabariam fazendo história entre os destacados atacantes da cidade, como Casquinha, Macksoud (uma exceção entre os avantes, era centromédio), Dante, Vinícius, Naiter, Virgílio e Sérgio Corrêa (todos do G. E. Internacional - foto abaixo).

Foram anos em que os domingos à tarde vinham com a garantia de muitos gols nos estádios locais. Tempos de ofensividade.

Um Clássico, realizado no ano de 1965, teve, pelo escore, enorme importância para a equipe do Internacional, pois representou uma resposta às derrotas sofridas para o Arroio Grande até então, significando uma espécie de “vingança” contra o tradicional adversário.

Vinte anos depois das humilhantes goleadas sofridas ante o rival em 1954 (8 X 0, 6 X 0 e 12 X 0), o G. E. Internacional veio aplicar a sua primeira grande goleada no E. C. Arroio Grande, demonstrando, para quem ainda duvidava, que o clube da Vila Vidal havia realmente conquistado a sua “maioridade” futebolística.

O jogo foi realizado no dia 24 de julho de 1965. E acabou como um verdadeiro 'passeio' do Internacional, que aplicou sonora goleada de 6 X 1 na aturdida equipe do Arroio Grande, para delírio dos seus torcedores que compareceram em grande número no “Estádio da Avenida". (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Ari Coelho Rodrigues, o “Arizinho”, ou “Ari do Povo” (foto mais ao alto), e Amílton Espíndola, o “Charuto” (foto de baixo), foram, quase que com certeza, os maiores símbolos como técnicos dos dois grandes clubes de futebol da cidade.

Ari, mais identificado com o E.C. Arroio Grande, e “Charuto” com o G.E. Internacional, embora ambos tivessem treinado os dois times locais, e por mais de uma ocasião.

Gita, Chico Fuleiro e Carrapicho, no passado, e Valdemar Silva, o ex-jogador profissional “Di”, mais recentemente, também foram importantes treinadores dos dois clubes locais, mas “Arizinho” e “Charuto” são aqueles que, ainda hoje, permanecem na memória dos torcedores. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

O jogador "Chiru", chamado de "o trator do E.C. Arroio Grande", nos anos 1950, recebendo a faixa de campeão da cidade em 1960. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)




Sem qualquer demérito aos demais jogadores que passaram pelos clubes da cidade, destaques para Ari Lúcio, foto mais ao alto, desfilando em cima de um carro após mais uma conquista do E.C. Arroio grande.

Ósca, de óculos na foto, o lendário goleiro míope, pelo Esporte Clube Arroio Grande. Gita, na histórica fotografia em que, jogando pelo Grêmio, praticamente inaugurou a maca do Maracanã, quando teve a perna quebrada pelo lateral Bigode, do Flamengo e da Seleção Brasileira.

E Naiter, última foto, de camisa listrada, com o companheiro caturrita, Varzinho e o fotógrafo Luizinho,, pelo Grêmio Esportivo Internacional, sem dúvida chegaram a condição de mitos, verdadeiras lendas do futebol local. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

Esta publicação da "Revista dos Esportes", nº 110, de 30/9/1958, que era editada em Pelotas, trouxe uma matéria a respeito do Esporte Clube Arroio Grande - sobre a fundação ou os primórdios do clube.

Seria interessante ter acesso a ela, ainda que na forma de reprodução xerográfica do artigo. Se alguém souber de algum exemplar... (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

Tino, o "Passarela dos Pampas", jogador do E.C. Arroio Grande nos anos 1950. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

Inauguração do Estádio da Avenida, do E.C. Arroio Grande, em 1954. (Foto: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)



Nas fotos acima, atletas e guris do Internacional concentrados às vésperas de um Clássico, no final dos anos 50, na tentativa de surpreender o rival Arroio Grande.

SUPREMACIA ABSOLUTA

Entre as décadas de 1940 e 1950 a supremacia do Esporte Clube Arroio Grande no futebol local foi absoluta, sendo que o "Clube Saci" não encontrava rival a altura para enfrentamento na Cidade. 

Após inaugurar o seu "moderno" estádio, em 1954, o Arroio Grande iria disputar a Liga Jaguarense de Futebol, bem mais qualificada, naquele mesmo ano, face a disparidade de forças com os rivais locais.

O Grêmio Esportivo Internacional, a seu turno, buscava de todas as formas forças para poder encarar o rival. 


"Gita, o 2° agachado, e Agapito, o 5°, já no Grêmio de Porto Alegre no final dos anos 40. É possível que tenham se enfrentado na grande goleada - 12 X 0 - que o Arroio Grande aplicou no Internacional, em março de 1947". (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

"Esta é a equipe do E. C. Arroio Grande de 1947, que aplicou a maior goleada na história dos Clássicos - 12 X 0 - exatamente na inauguração do Estádio do Grêmio Esportivo Internacional.

Em pé: Jonjoca e Silzo Freitas (dirigentes) - Gilberto - Reni - Censinho - Ademar Hermes - Jesus Lúcio - Dilúvio e Flávio - Dirceu da Barraca e Antônio Hornes (dirigentes).

Agachados: Tri-Tri, José Duarte, Chiquinho, Otávio, Agapito, Edegar Passos, Paulo Luiz e Ari Lúcio.

Gols - Paulo Luiz (4), José Duarte (3), Ari (2), Edegar Passos (1), Tri-Tri (1) e Otávio (1)" (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)

1946. Primeira fotografia conhecida do Grêmio Esportivo Internacional. Em pé: Tenente Cordeiro (Técnico) - João Pedro - Edvar Vasquez – Clarito - Ari Magalhães - Aristeu e Olegário. Agachados: Issa – Gita - Beto Carriconde - Canivete e Adalberto. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


O Grêmio Esportivo Internacional aparece, estatutariamente, como tendo sido fundado em 11 de julho de 1943, época em que, na realidade, a agremiação existia com o nome de Veterano.

A alteração de nome, de Veterano para Internacional, ocorrei apenas em 27 de novembro de 1945, através de uma Assembléia promovida pelo clube tricolor da Vila Vidal.

Antes, de 1943 até 1945, era o Veterano quem se defrontava com o E. C. Arroio Grande, sem , entretanto, conseguir fazer frente à forte equipe "Saci", fundada em 1939.

A fotografia acima remete à certa confusão, pois, datada "à mão" como sendo de 1942, deixa dúvidas a esse respeito. Entretanto, é bem possível que quem anotou a data (provavelmente alguns anos depois) tenha efetivamente se enganado, sendo a fotografia realmente de 1943, retratando o 1° encontro entre o E. C. Arroio Grande e o Veterano F. C., futuro Grêmio Esportivo Internacional. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Fotografia da primeira formação do E. C. Arroio Grande conhecida, provavelmente de 1940.

Da esquerda para a direita: Em pé: Papaco - Lauro Maciel - Cilinho - Bridone (ou, mais precisamente, Bordone) - Pipi - Caetano e o dirigente Emílio Hissé (encoberto). Agachados: Cesalpino - Dega - Jesus Lúcio e Gilberto. Sentados: Censinho (Goleiro) e Clarito.

Entre os mais antigos, existe quem afirme que o jogo de estréia de Esporte Clube Arroio Grande teria ocorrido contra o Cruzeiro local, o que parece pouco provável, haja vista o desaparecimento do E. C. Cruzeiro exatamente no ano de nascimento do "Clube Saci", isto é em 1939. 

Mais ainda, dos fundadores do Arroio Grande sempre se ouviu falar que o clube azul e encarnado surgiu exatamente para substituir o Cruzeiro, e, portanto, um não poderia ter jogado contra o outro.

De qualquer forma, não existe confirmação oficial da primeira partida disputada pelo E. C. Arroio Grande, sendo que o primeiro confronto conhecido dos "Sacis" data do início de 1940, tendo sido jogado contra o Concórdia, da Vila Cerrito, no mês de fevereiro daquele ano.

Em seguida, o Arroio Grande passou a medir forças com a totalidade dos times locais, inclusive o Veterano, nome original do Grêmio Esportivo Internacional, surgido, muito provavelmente, no ano de 1943, assim como contra as equipes da Vila Olimpo, do Cerrito e de Jaguarão, como o Mauá e o Cruzeiro.

Naquela época, primeira metade do século XX, era comum a existência de diversos times de futebol na cidade, tratando-se, muitas vezes, de verdadeiros aglomerados de jogadores que se reuniam para disputar partidas nos finais de semana, sem que, entretanto, as agremiações possuíssem a condição de Clube, que o Arroio Grande veio a buscar em 1939.

Na pequenina cidade (menos de 3 mil habitantes na zona urbana à época), os encontros entre grupos distintos de desportistas se sucediam, e os desafios eram marcados no Café central, bastando a provocação de um grupo para que o desafiado escolhesse a hora e o local para o embate que se seguiria. 

Neste quadro, surgiria em 1939 o Esporte Clube Arroio Grande, que, naturalmente já dotado de certa grandeza (em função da condição social dos seus fundadores), viria a exercer enorme influência no cenário futebolístico da época.

Organizado, o clube veio a promover uma verdadeira transformação no futebol local, passando, desde logo, a contar nos seus quadros com os melhores atletas da cidade.

Observação: Vila Olimpo, antigo distrito de Arroio Grande, atual município de Pedro Osório. A emancipação do novo município deu-se em 3 de Abril de 1959. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)


Esta é, provavelmente, a primeira fotografia de um time de futebol de Arroio Grande e já começa suscitando dúvidas.

Para alguns, trata-se do Esporte Clube Cruzeiro, Campeão de 1915. Já outros utilizam como referência para o time da foto o Arroio Grande Football Club, tido como “Campeão de 1916” (v. Jornal “A Evolução” - Edição de 15 de Junho de 1990), não obstante a clara inscrição na bola (1915). 

A dúvida remanesce na medida em que as primeiras notícias sobre futebol da cidade dão conta de que realmente o Arroio Grande Football Club já existia nessa ocasião; o Cruzeiro teria surgido um pouco depois.

De qualquer forma, na fotografia aparecem os seguintes jogadores:
(Em cima) Mário Lima Cornálio - Hermes Conceição - Antônio Quadrado (No centro) - Laudelino Machado de Lemos - João de Deus Mendes e Corálio Carlos Ferreira. (Sentados) Abílio Medeiros - Simão Saiz Machado - Arlindo Ghan - Aimone Carriconde e João F. Souza Lima.

Aimone Carriconde (o penúltimo sentado), tinha 15 anos de idade por ocasião da foto. Inteligente e culto, foi advogado, redator de jornal, professor e político, ocupando o cargo de Prefeito Municipal em duas ocasiões – 1929/1932 e 1952/1955. 

Após a sua morte, em 1976, legou o nome para o Ginásio Estadual - atual Instituto de Educação Aimone Soares Carriconde. (Fotos: Pedro Jaime Bittencourt Júnior)